em janeiro 28, 2014 Obter link Facebook X Pinterest Email Outras aplicações A pintura pode propor caminhos de errância. Pode inventar geografias do mundo, plasmando afectos de lugares que só têm sentido quando se viaja sem bagagem e se está disponível para sentir o chão que pisamos. Ana Maria tem o sentido maior deste caminhar numa sublime paisagem – quase aérea, quase etérea – como se de um imenso rendilhado se tratasse. Afinal pode ser efémera ou nula a importância dos lugares de partida ou dos lugares de chegada quando, olhando este conjunto de pinturas e desenhos, nos apercebemos desta espécie de continentes flutuantes que não procuram nenhum porto como morada. É um trabalho de minúcia exaustiva, de contenção cromática, caminhos de fragmentos que se alinham e desalinham, que se aproximam e se afastam, numa lógica que a própria pintura sustenta e alimenta. É um trabalho que não procura diluir fronteiras entre elementos – a terra e a água (o mar) – aqui assumidos como lugares simbólicos: a pintura alastra, quase tentacular, na tela. Existem almas de filósofos que de quando em quando se escapam, como nos conta Ana Maria. Existem almas tristes, existem almas de amor. Porém, somos levados a crer que existem “ almas felizes” quando estas se interrogam e realizam no Desenho. Rogério Ribeiro Exposição na Casa da Cerca em Almada no ano 2000 http://www.m-almada.pt/portal/page/portal/CASA_CERCA/EXPOSICOES/?cer=1&actualmenu=4695135&cerca_exposicoes=6379885&cboui=6379885